Puerta del Sol permanece tomada por pelo menos mais uma semana
André de Virgiliis
MADRI. O PP (Partido Popular) arrasou o PSOE (Partido Socialista Operário da Espanha) em todo o país nas eleições de ontem. Ainda antes do resultado oficial o primeiro-ministro e socialista José Luis Zapatero veio a público assumir a derrota. Enquanto isso, o 15-M segue até domingo, quando define seu futuro.
Na capital, coração das manifestações, a candidata do PP, Esperanza Aguirre foi reeleita. Na sua primeira fala após conhecer o resultado, a política disse que governará para todos os madrilenos, “especialmente os mais necessitados”. Como se já não fosse uma noite suficientemente boa para ela, seu partido conquistou 51,74%, em Madri. Dessa forma, o PP alcançou a maioria absoluta também no legislativo em eleições que atingiram 67,89% de participação, 1% a mais do que em 2007.
Aguirre ganha parabéns afetuoso de Rajoy, presidente do PP
O PSOE sentiu o golpe. Em todo o país, o partido perdeu 1,5 milhão de votos enquanto o rival cresceu em meio milhão, em comparação às eleições regionais de 2007. Os socialistas perderam algumas de suas áreas tradicionais, como Sevilha e a prefeitura de Barcelona, uma das principais do país, que detinham há 32 anos.
Enquanto o PP levou 10 das 13 comunidades autônomas que tiveram eleições neste domingo, o PSOE não ficou com nenhuma, e depende de um acordo com o IU (Esquerda Unida) para governar Extremadura.
Entre companheiros de partido, Zapatero assumiu a derrota publicamente.
Há quatro anos, o Partido Popular havia batido os socialistas por sete décimos. Em 2011, a diferença passou para mais de 10 pontos de vantagem. Analistas acreditam que o resultado histórico se deva à má gestão do primeiro-ministro, Zapatero, ícone maior do PSOE no país. Em todo a Espanha, 66,23% dos eleitores compareceram às urnas.
Vídeo com cenas de confrontos com a polícia e entrevistas com manifestantes
Enquanto isso, na Puerta del Sol, os manifestantes iniciaram sua segunda semana de protestos em um clima tranquilo, como tem sido. As autoridades estudam tirar as ambulâncias de prontidão no local, devido à ausência de incidentes. Os resultados eleitorais parecem não preocupar muito os revoltosos. “Nem sequer estou seguindo os resultados e dá no mesmo quem ganhe, porque não haverá muita diferença”, comentou um dos indignados. O 15-M continua forte por, pelo menos, mais uma semana.